Neste domingo, dia (31) atos simbólicos em Belém, reuniram centenas de pessoas, incluindo professores, pesquisadores, comunicadores, estudantes e sociedade civil, a data que marca o dia do golpe que instaurou a ditadura militar completa 55 anos. Pela manhã, os manifestantes se concentraram ao lado do Theatro da Paz; já durante a tarde outro grupo se reuniu em frente a Casa das Onze Janelas, no centro histórico da capital.
O golpe de estado de 1964 precedeu um período de ditadura militar em que não houve eleição direta para presidente no Brasil. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa. De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados.
Sem comemorações - Durante a manhã, aproximadamente cem pessoas passaram pelo ato, de acordo com os organizadores. A professora de história Maíra contou que o evento foi criado para dar uma resposta ao pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, a respeito da comemoração do início da ditadura militar no Brasil, em 1964. "Nossa militância política não é partidária, estamos aqui pela democracia e pelos direitos humanos", disse.
Para o advogado José Maria, membro da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, é necessário que a sociedade se manifeste em respeito aos mortos, desaparecidos, perseguidos e violentados no período da ditadura.
"O governo está fazendo uma falsa leitura desse momento histórico e colocando o golpe militar como um movimento democrático e o trazendo para as novas gerações como se fosse legítimo. Precisamos alertar que é um momento ruim da história, indesejado.", comenta. No centro histórico da capital, cerca de 500 pessoas se reuniram, segundo os organizadores. Para o jornalista Elias Santos, a ditadura foi um tempo que requer reflexão e não celebrações.
“Nós, enquanto um grupo de comunicadores pela democracia, não poderíamos jamais deixar passar em branco esse dia diante das absurdas declarações. A ditadura foi um horror, um tempo de exceção. Não deve nunca ser lembrada como comemoração e sim com pesar para que nunca esqueçamos e não deixemos que se repita”, afirma.
Autor: AMZ Noticias com G1